CANDYALL E TAL
Um palco a céu aberto de ocupações criativas e expressões culturais que se misturam num movimento vivo em nome da arte, das relações humanas, da vida. A cidade vai para o Guetho, vibrar, festejar e partilhar da herança cultural e musical de um dos bairros mais representativos de Salvador, o Candeal Pequeno.
Esse é o Candyall e Tal, um festival de arte urbana que tem o objetivo de celebrar a riqueza cultural emanada do bairro, ao intercambiando linguagens artísticas e criações funcionais, abrindo espaço tanto para as produções locais dos moradores quanto para manifestações de outros territórios criativos fora do Candeal.
O projeto é desenvolvido junto à comunidade, com parcerias públicas e privadas, e já contou com a presença de milhares de pessoas em suas quatro edições (2015, 2017, 2018 e 2019). Em todas elas, característica marcante é a variedade de intervenções e linguagens culturais que vão desde apresentações de música, dança, teatro, gastronomia, moda, artesanato e arte urbana. Outro componente importante é a geração de trabalho e renda, movimentando o comércio local e promovendo o turismo de base comunitária.
O festival é conhecido por reunir artistas locais e expoentes da cultura brasileira. Nomes renomados do cenário nacional como Lenine, Iza, Ed Motta, BNegão, grupos musicais baianos como BaianaSystem e MiniStereo Público, além de artistas consagrados do estado, como Carlinhos Brown, Margareth Menezes e Saulo Fernandes, já celebraram o fazer percussivo nos ritmos do Candeal Pequeno com apresentações marcantes no palco do Candyall Guetho Square.
O Candyall e Tal também é a oportunidade de consagrar e legitimar os espaços públicos da comunidade em ocupações sociais criativas, onde as atrações musicais e artísticas no decorrer dos dias do festival se espalham por locais e pontos representativos da memória coletiva e afetiva do Candeal Pequeno, como a Praça das Artes, o Largo de Israel, a Bica, a Escadaria do Zé Botinha, a Escadaria Zap e o Candyall Guetho Square.
Um festival multicultural de arte urbana que celebra a coletividade e a ancestralidade, ao construir um arcabouço material e imaterial, fomentando a economia local e promovendo o turismo na região. Nas palavras de Carlinhos Brown, o Candyall e Tal é o momento da “rua ir para o Guetho e o Guetho ir para a lua!”, colorindo o território com toda a sua efervescência cultural e pluralidade de expressões, se tornando cada vez mais uma presença indispensável na agenda cultural de Salvador.
Edições do Candyall e Tal:
1ª edição (2015) – colocar como hiperlink (https://www.youtube.com/watch?v=QvFFvOlPHaU)
2ª edição (2017) – colocar como hiperlink (https://www.youtube.com/watch?v=C_YpgYWESDw)
3ª edição (2018) – colocar como hiperlink (https://www.youtube.com/watch?v=8T1eYRYrYWM)
4ª edição (2019) – colocar como hiperlink (https://www.youtube.com/watch?v=iycpD3ST3eg)
LALATA
É um laboratório vivo de música percussiva que marcou a história do Candeal Pequeno entre os dias 26 e 28 de fevereiro de 2016, em um encontro global de culturas, ritmos e conceitos, O LALATA – Festival Internacional de Percussão, reuniu grandes talentos da percussão nacional e internacional em uma viagem às raízes da estética rítmica de matriz africana, transformando o palco do Candyall Guetho Square em uma paisagem sonora tecida pela genialidade de muitas mãos.
Viabilizado com as políticas públicas de incentivo à cultura, em parceria com o poder público (estadual e federal) e empresas, o LALATA congregou diferentes gerações de percussionistas das mais variadas nacionalidades e influências que partilharam as riquezas técnicas da percussão e suas derivações sonoras. Durante os três dias, a grade de apresentações musicais convidou o público para um passeio pelos três estilos contemporâneos da percussão (de efeito, de rua e eletrônica), explorando cada um deles a partir de trocas, experimentos e práticas no palco e nas ruas do Candeal Pequeno.
Muito mais do que um festival de shows musicais, o LALATA se configura como um movimento de cultura com iniciativas voltadas para a música em toda a sua cadeia produtiva valorizando todo um conjunto estético de produção e execução musical. Além das apresentações, em sua primeira edição, o LALATA também promoveu um encontro de música e empreendedorismo, uma palestra com gestores de cooperativas de materiais reciclados e ainda uma exposição com profissionais baianos especializados na criação de instrumentos musicais exclusivos e originais.
No intercâmbio artístico internacional, o LALATA contou com presenças ilustres a exemplo de um dos percussionistas mais influentes do mundo, o cubano Jose Luis Quintana, mais conhecido como Changuito, criador do Songo, uma combinação de instrumentos de percussão e técnicas de baquetas com as mãos. Também recebeu talentos do jazz latino, como os venezuelanos Orlando Poleo e os primos Luisito Quintero e Roberto Quintero; o grupo Frapadingos, composto por músicos sulamericanos; e referências africanas como o senegalês Doudou Rose Thiooune e angolano Vavá do Kwanza Sul.
Essas atrações internacionais se uniram a músicos que fizeram o caminho inverso, ao difundirem a percussão tocada no Brasil para o mundo, como a lenda pernambucana Naná Vasconcelos, e o artista baiano Carlinhos Brown, criador do importante movimento percussivo dos anos 80, o Vai Quem Vem. Além deles, se somaram nomes como Japa System, Pradarrum, Patubatê, Opanijé, Peu Meurray, Orlando Costa, Bacia Sonora, e ainda grupos nascidos no Candeal Pequeno, como Buginganga e Tribal Contemporâneo.
Um movimento de cultura que consolidou a memória coletiva de um bairro historicamente pulsado pelas percussões e que viu a sua paisagem sonora já reconhecida se transformar em um grande ponto de encontro, ao conectar artistas soteropolitanos com renomadas atrações internacionais da música percussiva.
WORKSHOPS E SEMINÁRIOS
Com o objetivo de propiciar um intercâmbio de saberes no Candeal Pequeno entre os artistas da comunidade e demais artistas brasileiros e internacionais, a Associação Pracatum tem se articulado para oferecer workshops e seminários na cadeia produtiva da cultura.
Um evento marcante de workshops, promovido pela Associação Pracatum, foi o Encontro de Conversas Musicais – Encontre-$e, em 2018, no Guetho Square, que contou com a participação de músicos conhecidos do cenário brasileiro, como o rapper Rashid e o compositor e cantor Manno Góes, para debater sobre o desenvolvimento da música na atualidade.
A efervescência artística e cultural tão presente na história do Candeal Pequeno é representada também na organização de oficinas musicais com a presença de atrações internacionais. Também no Guetho Square, a Associação Pracatum promoveu uma clínica musical e um workshop, respectivamente, com os guitarristas estadunidenses Paul Gilbert e Steve Vai.
Além deles, a Associação Pracatum já organizou a vinda do baterista marroquino Mokhtar Samba para um encontro sobre Criação e Transformação Musical, e uma oficina de Arranjo Musical e Harmonia na Música Popular, que foi oferecida pelo compositor e educador musical húngaro Ian Guest.