Feijão de Kabaça abre o 5° Candyall e Tal

Feijão de Kabaça abre o 5° Candyall e Tal.

Comer nunca foi só uma questão de matar a fome. Por isso, o feijão também não é apenas o alimento principal das mesas brasileiras. É um elemento de união, de encontro, pretexto, motivo de reunião de amigos, de farra na vizinhança, sustança depois do baba, do som ou de bater a laje. No Candeal não é diferente. “Minha avó, Dona Preta, fazia o feijão aqui no bairro, quando as ruas ainda eram de barro, para vender. Fazia sucesso”, lembra o músico Boghangaboott, cria dessas ruas, que se apresenta no Candyall e Tal com o Bitgaboott. 

E como o prato principal do Candeal é a música, o feijão (e os outros pratos) da boa senhora está imortalizado em “Vanju Concessa”, canção que Carlinhos Brown lançou em “Alfagamabetizado” (1996): “Vê xangó em Dona Preta / Que veio do Irará…”. E que também cita outras matriarcas locais. Aliás, a própria mãe de Brown, Dona Madalena, faz sucesso ainda hoje com seus dotes culinários. 

Tem muita coisa que se comer no Candeal, mas também aqui o tradicional “bater” o feijão, em todas as suas ramificações, encontrou seu lugar de destaque. Há 10 anos, quem comanda o panelão mais disputado é Kabaça, que toda segunda-feira traz gente de toda parte atrás do sabor e da resenha. Sim, você não leu errado, é isso mesmo, segunda-feira!

“Começou como uma resenha de Zelito, o antigo dono do estabelecimento. Ele fazia uma vaquinha da galera, comprava os ingredientes, cozinhava e tal. Por isso que era dia de segunda, não era comercial”, explica o próprio Kabaça. Ao assumir o comando do bar e restaurante, o professor de capoeira assumiu também a função do feijão e, mesmo tornando o prato um item do cardápio comercial, manteve a tradição da segunda. Ou melhor, criou uma nova tradição.

“Eu saio da Pituba pra vir comer, praticamente toda segunda. Tem gente que vem no horário de almoço do trabalho… não sei como ‘guenta voltar”, diz Gustavo Aquino, oftalmologista.  

O feijão de Kabaça, que abre as semanas, os chamados dias úteis no Candeal, abrirá com sua sustança também a programação, os trabalhos do festival de arte urbana Candyall e Tal, no dia 11 de novembro, sábado, pois para nós todo dia é útil.  

Feijão que simboliza comida, satisfação. Essa simples leguminosa que, a partir da punição a Procópio de Ogunjá, se tornou litúrgica nas famosas Feijoadas de Ogum. Aliás, por falar em fama, o feijão de Kabaça também está na série “Comida de Rua: América Latina”, da Netflix, dando água na boca de gente do mundo inteiro. Ampliando o número de visitantes e também de panelas de barro. “Uma não estava dando, agora são duas. E já estou pensando em botar três”, conta ele.

Outras comidas: “Tinha Lurdinha, que vendia moqueca de testículo de boi, rabada (uma rabada bem magra, que não chegava a ser gordurosa) servida no prato de Najé, cheia de xuxu, abóbora…”, lembra Boghan. E continua: “O mocotó de minha vó também era famoso, vinha gente de longe comer, fazia fila!”.

Atualmente, a variedade gastronômica do Candeal inclui até sushi: artes da galera do @sushiguettho. Quinta-feira é dia de mangalô de Dida, um pouco mais pra cima, na Alameda Bons Ares. Dona Dedé já é figurinha carimbada. E por aí vai quem vem. Tudo isso é Candyall e Tal. 

Similar Posts

5º Festival de Arte Urbana
5º Festival de Arte Urbana

5º Candyall e Tal acontece 11 e 12 de novembro fortalecendo laços comunitários e integrando a programação do Salvad

Oficina “Influências dos Ritmos Africanos na Música Popular” com Alê Siqueira e Iuri Passos
Oficina “Influências dos Ritmos Africanos na Música Popular” com Alê Siqueira e Iuri Passos

Estão abertas até o dia 28 de agosto, as inscrições para a oficina Influências dos Ritmos Africanos na Música Popu

Parceria Pracatum x Starbucks x SENAC
Parceria Pracatum x Starbucks x SENAC

A Associação Pracatum Ação Social em parceria com a Starbucks e o SENAC, vão oferecer cursos de formação para jov